quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Convite à emigração, porque não?

Todas as semanas há uma frase que abre os telejornais ou rádios ou é manchete dos diários de imprensa. Às vezes pouco importa o conteúdo, o contexto, a credibilidade que tem a pessoa, mas desde que diga aquela frase, aquela, que se sabe que irá gerar polémica, com certeza.
Desta feita, há cerca de um mês, foi o nosso primeiro-ministro a sugerir aos professores desempregados irem para Angola ou para o Brasil, num jeito amável e simpático de dizer: “pá, pirem-se que aqui não se safam”. Na verdade, todos sabemos, nesta altura não se safam nem os professores, nem ninguém.
Bem, não é de tricas políticas que quero falar, mas aproveito a polémica em torno deste assunto para pensar, ao mesmo tempo que escrevo, se vale ou não a pena ficar neste país de corda na garganta e que a nós, geração mais jovem, não augura nada de bom.
Cada vez mais me questiono para onde é que poderia ir, qual o país onde poderia viver, ideia diferente da que tinha há uns tempos, em que pensava em ir para fora, sem ser mais do que isso. Agora penso já qual poderia ser o destino.
A Europa está a cair aos bocados. O mal nos outros países é tanto ou pior do daqui, portanto, a emigrar seria para outro continente.
Dentro destas ideias sonhadoras, que não são mais do que isso mesmo (infelizmente), há sempre o lado racional que impede de as concretizar: e a minha carreira?
Pois é, conquistei aquilo que tenho que é muito bom, mas não é o meu objetivo final, mas às vezes dou por mim a pensar: “sou tão nova. E se eu mandar tudo para as urtigas e me for embora tentar alguma coisa em outros ares?”
É este o meu sonho, ser jornalista, é verdade, mas só o posso concretizar aqui. Haverá uma oportunidade em mais algum lado? Não sei, mas às vezes tenho vontade de arriscar, mas depois penso que a sorte não bate duas vezes à mesma porta, enfim, um duelo vivo entre a vontade e a razão (muito frequente em mim, por sinal).
Não tenho espírito de aventureira e talvez esse seja o mal.
Estamos no início do novo ano, dizem que é o último, que a 21 de dezembro de 2012 acaba o mundo, seria uma boa deixa para arriscar, sei lá, por enquanto fico só a pensar nisto.
Líderes políticos, comentadores, jornalistas, amigos ou conhecidos, todos já pensaram emigrar e outros sugerem… e então, qual é o mal?

MDM

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